sábado, 14 de maio de 2011

Quem nunca foi vilão?

Todos temos certos potencial para ser vilões. Basta uma frase equivocada, não responder a algumas ligações, não corresponder às expectativas dos outros. Pode ter certeza. Você já foi a pessoa má, insensível e ingrata na vida de alguém mesmo sem querer.
Relacionamentos novos só começam porque antigos terminaram. Para quem foi excluído dessa equação que foi você quem praticou o ato de vilania. Pense nos foras que já deu, nos amigos que decidiu não ver mais, nas cartas de amor a que não respondeu.
Nem sempre somos os mocinhos de nossa própria história. Na procura pelo príncipe encantado é possível pisar em alguns sapos sem perceber. Isso não significa ser mau-caráter.
Reconhecer que podemos virar persona non grata para alguém é o que faz reavaliar o papel do vilão. Talvez a bruxa que lhe faz algum mal seja apenas mais uma insegura diante do espelho buscando autoafirmação. Não há como não se identificar com isso.
É nesse momento que o sapatinho de cristal vira um chinelo de dedo. Com os pés no chão não é preciso desejar um final feliz para todo mundo – e é possível compreender que vilões podem ser só pessoas tão comuns quanto você e eu.

                                                                                      /revista GLOSS, ABRIL 2011 Nº43

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Projeto de um livro qualquer...

     Era um dia normal, tudo corria como planejado. A casa arrumada, a refeição degustada e o sono cochilado. Até que, num ímpeto ela percebeu que estava tudo muito normal, estava tudo quieto demais. Mas não se abateu, continuou fazendo o nada diário, o nada cotidiano. Chegaram as nove, dez da noite e ela reparou o que nunca havia acontecido desde que vivera lá... Sim, essa era a mais estranha das noites estranhas. As pombas não andavam no telhado, os bêbados não brigavam na rua e nem ouvira os barulhos dos gatos nos latões de lixo. O que havia de errado? Porque estava tudo tão certo? Ela não sabia. Mas mesmo sem saber, se conformou. Afinal, não querer saber era uma de suas virtudes... Uma das que a tornava aquela pessoa fútil e ignorante.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

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       O som do silêncio me incomoda. o barulho é ensurdecedor... talvez não haja algum ruído, alguma freqüência realmente audível, mas mesmo assim me desespero. a solidão é silenciosa, além de que, por si só, é auto-depressiva. não existe coisa pior que ficar sozinho, não existe angústia maior que jamais poder contar com ninguém. 

      /é, não estou nos melhores dias.